Justiça nega pedido de Lei do Superendividamento para empréstimo consignado
Entenda a decisão judicial que reforçou os limites da Lei do Superendividamento no Brasil, e como ela funciona em caso de empréstimos consignados
02/09/2024 às 21:30 | Atualizado 02/09/2024 às 21:30 | Tempo de leitura: 1 minuto
Justiça nega pedido de Lei do Superendividamento para empréstimo consignado
Uma recente decisão da 3ª Vara Cível de Mossoró estabeleceu um precedente importante para o parcelamento de dívidas no Brasil.
O juiz Flávio César Barbalho de Mello rejeitou o pedido de um devedor que tentou usar a Lei do Superendividamento (Lei nº 14.181/2021) para parcelar uma dívida de R$ 25.636,63, originada de um empréstimo consignado.
Em vez de aceitar o parcelamento, o juiz determinou que o valor deve ser quitado integralmente, sem concessões ao devedor, reforçando o rigor na aplicação da legislação.
Contexto da decisão judicial
O caso envolveu um devedor que, após ser desligado da empresa em que trabalhava, deixou de quitar o empréstimo consignado. Ao enfrentar dificuldades financeiras, ele recorreu à Lei do Superendividamento na tentativa de parcelar a dívida em termos mais vantajosos.
No entanto, o juiz entendeu que essa legislação não pode ser aplicada isoladamente a uma única dívida, como pretendia o devedor, mas sim de forma coletiva, envolvendo todos os credores.
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Em quais casos posso utilizar a Lei do Superendividamento?
A Lei do Superendividamento foi criada para proteger consumidores em situações de vulnerabilidade financeira, permitindo a renegociação de dívidas em condições mais justas. Contudo, essa proteção não pode ser utilizada para evitar o cumprimento de obrigações contratuais legítimas.
A advogada Renata Belmonte, especialista em Prevenção de Litígios e Recuperação de Créditos, enfatiza que a decisão do juiz em Mossoró reforça a importância de seguir o rito processual correto para manter a segurança jurídica das operações de crédito.
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Para utilizar a lei do superendividamento, é preciso atender a alguns requisitos:
- Impossibilidade de pagamento: Você deve demonstrar que não possui condições financeiras de pagar todas as suas dívidas, mesmo que negocie com os credores.
- Boa-fé: É necessário comprovar que você contraiu as dívidas com a intenção de honrá-las, mas devido a circunstâncias alheias à sua vontade, como perda de emprego ou doença, não consegue mais arcar com os pagamentos.
- Dívidas de consumo: A lei se aplica principalmente a dívidas de consumo, como cartão de crédito, financiamentos, empréstimos pessoais e contas de consumo (água, luz, telefone). Dívidas trabalhistas, tributárias e alimentícias, por exemplo, não estão incluídas.
- Mínimo existencial: É preciso garantir que, mesmo com a renegociação das dívidas, você tenha condições de manter o mínimo existencial para sua sobrevivência e de sua família.